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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Jovem é punida na Índia com estupro coletivo decidido por conselho comunitário

Agência Brasil
23/01/2014

Uma indiana de 20 anos foi vítima de estupro coletivo cometido por 12 homens sob a ordem de um conselho comunitário, em localidade no Leste da Índia. A medida foi uma punição à relação amorosa entre a jovem e um homem de outra comunidade, segundo informações da  polícia. O conselho local ordenou a punição na noite de terça-feira 21, depois de uma reunião de emergência em Subalpur, onde ela mora.  A jovem foi hospitalizada.

Na segunda-feira 20, a relação entre a jovem e o homem foi descoberta e seus pais se declararam incapazes de pagar a multa cobrada pela infração. Durante a reunião em que a punição foi decidida, a jovem e o amante foram amarrados a duas árvores em uma praça do local.


Disponível em http://www.cartacapital.com.br/politica/ovem-e-punida-na-india-com-estupro-coletivo-decidido-por-conselho-comunitario-1535.html. Acesso em 31 jan 2014.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Mais de 40% dos jovens homossexuais não usam regularmente preservativos

Elaine Patricia Cruz
30/07/2013

Cerca de 42% dos jovens homossexuais do sexo masculino nem sempre usam preservativos em suas relações sexuais. O dado foi divulgado hoje (30) pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com base em dados coletados durante a Parada do Orgulho LGBT (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transexuais e transgêneros) deste ano, na capital paulista.

“Os adolescentes conhecem o preservativo e conhecem os riscos e as questões das doenças sexualmente transmissíveis, mas o que nós temos certeza é que conhecer o preservativo não garante o [seu] uso. E quando tem um parceiro fixo, esse é um fator importante para se deixar de usá-lo [o preservativo]”, disse Albertina Duarte Takiuti, médica e coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, em entrevista à Agência Brasil.

Para o levantamento, a secretaria ouviu 108 jovens, de ambos os sexos biológicos, com idades entre 10 e 24 anos, e que se consideram lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Desse total de jovens, 20% disseram que o uso da camisinha nas relações sexuais acontece de vez em quando, mas o número é maior entre os entrevistados do sexo masculino (42% do total).

De acordo com o levantamento, 43,7% dos entrevistados do sexo feminino disseram nunca usar preservativos nas relações sexuais, enquanto entre os homens o percentual é 3,3%. A principal justificativa das mulheres para não usarem o preservativo é o fato delas acreditarem que sexo entre mulheres não necessita deste tipo de prevenção. Entre os homens, o principal motivo para não se usar camisinha é ter parceiro fixo. “As mulheres acreditam que nada vai acontecer. E os homens acreditam que o parceiro fixo garante a relação sexual [sem riscos]. O parceiro fixo não garante, de forma nenhuma, a possibilidade de não se ter risco. Na verdade, a prova de confiança do parceiro fixo é uma ilusão”, disse ela.

Segundo a médica, mesmo em uma relação entre duas mulheres há a necessidade do uso de preservativos ou de cautelas para se evitar a contaminação ou os riscos de se adquirir uma doença sexualmente transmissível. “É preciso desmistificar que o preservativo diminui o prazer. O preservativo é uma película tão simples que pode aumentar o prazer: o contato com a pele fica menor, prolongando o prazer. E, psicologicamente, tira o medo, o risco e a situação de vulnerabilidade. Uma pessoa que tem atividade sexual coberta de mais segurança, tem um desempenho melhor”, disse Albertina.

A pesquisa apontou que a maior parte dos entrevistados  - 87% do total -  acha que o público LGBT é mais vulnerável ou corre mais riscos que os heterossexuais. O principal risco apontado por eles (por 20% do total de entrevistados) foram as doenças sexualmente transmissíveis.

Na capital paulista funcionam duas casas do Adolescente, que oferecem atendimento médico e psicológico a jovens entre 10 e 20 anos. Uma delas funciona em Pinheiros; a outra, em Heliópolis. Há também 21 unidades espalhadas por todo o estado. A Casa do Adolescente oferece atendimento multidisciplinar, com médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores.

As casas do Adolescente mantém o Disque Adolescente, serviço gratuito de comunicação em que os jovens podem tirar suas dúvidas sobre sexo seguro, anticoncepcionais e relacionamentos afetivos, entre outros assuntos. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h, pelo número (11) 3819-2022.


Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-30/mais-de-40-dos-jovens-homossexuais-nao-usam-regularmente-preservativos. Acesso em 28 out 2013.

domingo, 22 de setembro de 2013

Médica nega droga para deter puberdade de jovem transexual

Portal Terra
01 de Setembro de 2013

Um jovem de 12 anos que nasceu menina, mas vive hoje como um garoto, enfrenta um desafio: sua médica recusou-se a dar-lhe medicamentos imprescíndiveis para deter a sua puberdade. Leo Waddel, nascido Lily, foi diagnosticado com transtorno de identidade de gênero, tendo mostrado sinais de querer ser um menino aos 18 meses de vida. Ele vive como um garoto desde os cinco anos.

Segundo o Sunday Mirror, os bloqueadores hormonais impediriam que Leo se tornasse uma mulher, para que tivesse tempo de decidir se quer viver como um homem no futuro. De acordo com especialistas, sem as drogas os jovens transexuais podem viver angustiados pelas mudanças da puberdade. Leo foi submetido a testes psicológicos e hormonais antes de ter o medicamento prescrito, se tornando um dos mais jovens britânicos a receber a droga. Porém, sua médica se recusou a dar as injeções, pois não sabe como o remédio irá afetá-lo no futuro.

Ao Sunday Mirror, Leo disse estar "arrasado". "Essa é a única coisa que faria uma enorme diferença para mim e foi tirada", disse. A mãe do garoto também criticou a recusa. "Nós perguntamos por que e ela disse que não sabia nada sobre os efeitos a longo prazo. Mas é por isso que eles estão pesquisando. Leo tem uma doença e precisa de tratamento. Ele está mostrando sinais de puberdade há um tempo agora e isso é perturbador para ele. Ele precisa ter o tratamento", disse.

Em nota, a médica Jennie Morrison afirmou que não tem experiência em anterior em administrar esse medicamento em jovens. "Qualquer decisão clínica que faço sempre dá atenção a todos os aspectos do bem-estar do paciente. Minha prioridade sempre foi, e continua a ser , o bem-estar do paciente", disse no texto.


Disponível em http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/medica-nega-droga-para-deter-puberdade-de-jovem-transexual,7279fbb65cad0410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html?ECID=BR_RedeSociais_Twitter_0_Noticia. Acesso em 19 set 2013.

domingo, 15 de setembro de 2013

Menor transexual ganha permissão para retirar seios na Austrália

Giovana Vitola
4 de maio, 2009

Identificada apenas como "Alex", a jovem de 17 anos faz tratamento hormonal desde os 13 para interromper a menstruação e o desenvolvimento dos seios.

O transtorno de identidade de gênero é uma condição em que a pessoa tem a aparência normal de homem ou mulher, mas se sente como sendo do sexo oposto.

Em entrevista ao jornal The Age, a juíza do Tribunal de Família de Melbourne Diana Bryant disse que seria melhor para a adolescente ter a permissão para fazer a operação "o mais rápido possível", porque, enquanto menor de idade, poderá usufruir de serviços sociais oferecidos pelo governo.

Além disso, disse a magistrada, "esse é um tempo crucial para a vida social e mental dos adolescentes".

Para Bryant, a questão era se "Alex" poderia nesse meio tempo mudar de opinião sobre a operação, como já aconteceu em casos passados.

"Mas a evidência foi de que a operação era do interesse dela", disse.

Controvérsia

No entanto, segundo o eticista Nick Tonti-Filippini, a medicina não reconhece cirurgias para mudança de sexo como um tratamento para o transtorno de identidade de gênero.

"Isso é psicológico. O que estão querendo é fazer com que uma realidade biológica corresponda a uma falsa crença", disse ele ao The Age.

Tonti-Filippini citou o caso de um jovem de 22 anos, morador de Melbourne, que processou os médicos após ter se arrependido de uma cirurgia de mudança de sexo alegando que não foi bem alertado e questionado na época.

O mesmo tribunal de família já havia causado controvérsia em 2007, quando permitiu que uma menina de 12 anos, identificada apenas como "Brodie", tomasse hormônios masculinos.

"Foi descoberto mais tarde que a mãe de Brodie, por causa de uma depressão pós-parto, teria feito uma lavagem cerebral na menina a comprado roupas e brinquedos de meninos e a ensinado a se comportar como tal", disse Tonti-Filippini ao diário.


Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090504_australiajovemseios_gv.shtml. Acesso em 10 set 2013.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Saiba como falar sobre sexo em cada idade na faixa de 0 a 17 anos

Luna D'Alama
09/06/2013

A dificuldade de pais e professores em falar sobre sexo começa muitas vezes na própria vida e acaba se estendendo aos filhos e alunos. As dúvidas, de ambos os lados, surgem logo na primeira infância das crianças, que querem saber de tudo. E os adultos se questionam: "Preciso falar alguma coisa? Devo tomar iniciativa para introduzir um assunto? Como responder a uma pergunta, o que dizer e até onde ir?"

O problema não para por aí, e só aumenta, com a chegada da adolescência e da iniciação sexual, entre os 15 e 17 anos, em média.

Para esclarecer assuntos ainda considerados tabus e ajudar os mais velhos a falar sobre sexo e sexualidade com crianças e adolescentes, a sexóloga Laura Muller, que participa do programa Altas Horas, na Globo, escreveu seu quarto livro, "Educação sexual em 8 lições", que será lançado no dia 18 em São Paulo.

"Me baseei em ações e palestras que fiz para pais e professores. Eles reclamavam de que não havia uma bibliografia clara e simples, e não conseguiam lidar com o tema. A maior dificuldade é falar: as pessoas têm medo de que uma conversa estimule o sexo, ou receio de dizer algo errado. Mas ninguém tem todas as respostas", destaca a especialista, que reconhece que também não sabe tudo.

Segundo Laura, o mais importante é apresentar limites e possibilidades aos mais jovens. Quando uma criança de até 5 anos, por exemplo, pergunta de onde veio, como entrou na barriga da mãe ou se os pais namoram pelados, o casal deve explicar o que se passa, usando a linguagem infantil e deixando claro que essas coisas pertencem ao mundo dos adultos e farão parte da vida dos filhos no futuro.

"O mais importante é não ter medo de lidar com o tema, não é fácil mesmo. Nós, adultos, não tivemos educação sexual na adolescência, por isso é preciso buscar informações de qualidade onde for possível, atualizar-se e não ter vergonha de ultrapassar essa barreira", diz a autora.

Dúvidas ao longo do tempo

A sexóloga explica que, na primeira infância, as perguntas sobre sexo costumam ser "O que é?", "Como é feito?" e outras curiosidades simples, ainda bastante distantes da prática.

Até os 5 anos, os pais se preocupam mais se as crianças estão tocando as partes íntimas, e se fazem isso na frente dos outros, afirma Laura. O importante, nesse caso, é explicar para o menor que isso não pode ser feito o tempo todo, que ele está na fase de brincar e se divertir, acrescenta a especialista.

"A partir do momento em que a criança se aproxima da adolescência, surgem questões mais elaboradas, sobre as mudanças do corpo, sobre como se faz sexo, como usar camisinha, como evitar a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DST), além de dúvidas sobre masturbação, desejo, excitação, sexo oral ou anal, e orgasmo", enumera Laura.

Com esse "empurrão" hormonal, vem também a primeira menstruação e a primeira ejaculação espontânea. Em média, isso ocorre aos 12 anos, mas entre 9 e 16 ainda é considerado um período normal.

De acordo com a sexóloga, os adolescentes em geral vivem quatro grandes dilemas nessa difícil fase de transição: sexual (fazer ou não, e como), profissional (qual carreira seguir), existencial (quem eu sou, do que gosto e qual é o meu grupo) e tóxico (como lidar com álcool, cigarro e drogas).

“A maior dificuldade é falar: as pessoas têm medo de que uma conversa estimule o sexo, ou receio de dizer algo errado. Mas ninguém tem todas as respostas"
Laura Muller,
sexóloga

"A casa deve ser um complemento da escola, um porto seguro, e os pais precisam estar abertos ao diálogo, apoiar uma educação sexual de qualidade, conversar sobre prática, prazer, afeto e diversidade", aponta Laura.

Os limites, segundo a sexóloga, vão até o ponto em que algo não fere a pessoa e seu parceiro tanto física quanto emocionalmente. Além disso, não se deve fazer nada só para agradar ao outro, nem se sentir pressionado pelo companheiro ou por colegas.

"O jovem vai estar pronto para o sexo quando estiver bem informado e amadurecido. É preciso se perguntar: 'Estou pronto? Quero mesmo?'", ressalta.

E não deve haver nenhuma distinção de ensinamentos para meninos e meninas, segundo Laura.

"Às vezes, as pessoas acham que é preciso criar diferente, mas a educação deve ocorrer da mesma forma. O que difere são as fases de cada um, cada gênero vai ter um grau de amadurecimento conforme a experiência de vida e outros fatores, mas as dúvidas são muito parecidas", diz.

Oito lições

O livro é dividido em oito capítulos, cada um com uma lição diferente. O primeiro aborda os conceitos de sexo, sexualidade e outras definições básicas.

"Sexo é diferente de sexualidade. Sexo é o ato em si, já sexualidade é o jeito de cada um ser no mundo, homem ou mulher, de se relacionar com as emoções, os sentimentos e o mundo ao redor. O sexo é apenas um aspecto da sexualidade – que existe desde a infância", compara a autora.

Laura explica, ainda, que há um terceiro conceito, o de gênero, que é a identidade sexual de cada pessoa, um conjunto de jeitos de ser que pode depender ou não do sexo com o qual se nasce.

"Precisamos de uma flexibilização desses significados, dos papéis, e refletir o que realmente é da mulher e do homem, com tolerância e múltiplas possibilidades", acredita.

“A casa deve ser um complemento da escola, um porto seguro, e os pais precisam estar abertos ao diálogo, apoiar uma educação sexual de qualidade (...)"
Laura Muller,
sexóloga

O segundo capítulo do livro, por sua vez, é destinado à história da sexualidade humana, pois o que vivemos, destaca Laura, é fruto de uma série de questões culturais, de repressão sexual (principalmente feminina), do surgimento da Aids e da emancipação da mulher. Com essa retrospectiva, é possível entender como o ser humano chegou até aqui e por que o sexo ainda é um tabu.

Em seguida, vem um capítulo sobre o papel dos pais e professores na educação sexual de crianças e adolescentes. Nos quatro capítulos seguintes, do quarto ao sétimo, Laura divide as recomendações por faixa etária: de 0 a 5 anos, de 6 a 11, de 12 a 14, e de 15 a 17.

O livro termina com uma seção que tem como objetivo fazer com que os adultos reflitam sobre a própria educação e vida sexuais.

"É preciso olhar para si antes de educar os outros, ver quais são seus valores e crenças. Os adultos de hoje, por exemplo, não usavam redes sociais quando eram adolescentes, então precisam entender um pouco mais sobre o uso da internet nos relacionamentos, com quem os filhos falam, o que publicam", afirma Laura.

Por outro lado, segundo a sexóloga, os jovens têm que compreender que o sexo pertence ao mundo privado, e não ao público, razão pela qual deve haver limites.
"Muitas vezes, não nos damos conta do quanto expomos coisas que precisam ficar na intimidade", enfatiza.

Laura, que já publicou dois livros com respostas para 500 perguntas cada (o primeiro para homens e mulheres e o segundo para jovens, educadores e pais) e um terceiro sobre as dúvidas que recebeu no  Altas Horas (para pessoas de 12 a 80 anos), planeja daqui para frente algo mais reflexivo na área da sexualidade, destinado ao mundo adulto.


Disponível em http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/06/livro-mostra-como-falar-de-sexo-em-cada-idade-na-faixa-de-0-17-anos.html. Acesso em 10 jun 2013.

sábado, 26 de maio de 2012

Maioria dos jovens brasileiros discrimina LGBTs, afirma pesquisadora

Agência Câmara 
15 de maio de 2012 

A pesquisadora Miriam Abramovay, coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), disse há pouco que a maioria dos jovens brasileiros ainda têm atitude bastante preconceituosa em relação à orientação e práticas não heterossexuais. Pesquisa coordenada por ela apontou que 45% dos alunos e 15% das alunas não queriam ter colega LGBT. 

Segundo ela, o jovem brasileiro tem menos vergonha de declarar abertamente esse preconceito contra LGBTs do que de declarar a discriminação contra negros. Ela participa do 9º Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT).

Conforme Miriam, esse preconceito se traduz em insultos, violências simbólicas e violência física contra jovens LGBTs. Ela destaca que se trata de violência homofóbica, por parte de toda a sociedade, inclusive de familiares, e não apenas bullying (que é a violência entre pares). De acordo com a pesquisadora, essa violência gera sentimentos de desvalorização e sentimentos de vulnerabilidade em jovens LGBTs. 

Há casos, inclusive, de jovens que abandonam a escola por conta dessa violência. “Os adultos da escola não se dão conta disso, porque na escola em geral reina a lei do silêncio”, aponta. Ela destacou ainda que não há pesquisas no Brasil sobre homofobia na infância, apenas na juventude.

Para a professora da Universidade de Brasília Maria Lucia Leal, as ações de enfrentamento da violência e preconceito contra LGBTs ainda são muito fracas, especialmente na escola. “A sexualidade ainda é tabu, seja para adultos, seja para crianças e adolescentes, e a hipocrisia ainda é uma realidade estruturante no debate sobre a sexualidade”, disse. Maria Lucia, que é coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Violência, Tráfico e Exploração Sexual de Crianças, Adolescentes e Mulheres, ressaltou que no século XIX e até meados do século XX, a homossexualidade foi considerado uma doença.

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), é urgente que o governo retome o projeto "Escola sem Homofobia".

Disponível em <http://brasil.gay1.com.br/2012/05/maioria-dos-jovens-brasileiros.html#>. Acesso em 23 mai 2012.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Jovens com repulsa a sexo usam web para encontrar semelhantes

Anna Virginia Balloussier
20/06/2011 - 08h00


Toda vez que pensa naquilo, Bia*, 20, sente um friozinho na barriga. E não do tipo bom. "Na minha cabeça, sexo é algo meio sujo. Sinto repulsa." Ela é virgem e quer continuar assim para sempre. O primeiro beijo só foi dar este ano, de curiosa. Não curtiu. No terceiro ano do ensino médio, a mineira Bia costumava se achar "um ET", mas essa fase já passou. Hoje aceita bem o que é: assexual. A moça não está só. Uma pesquisa do Datafolha de setembro de 2009 revelou que 5% dos jovens de 18 a 24 anos não veem graça no sexo.

O Folhateen entrevistou cinco deles. Quatro, apesar de se dizerem bem resolvidos, não quiseram revelar o nome. Não é de hoje que o estudante de informática carioca Thiago*, 17, lança mão dessa vida dupla. Em redes sociais, ele mantém dois perfis. Com o "fake", troca ideia com outros jovens que pensam igual.
Para ele, ainda está cedo para sair do mais bem comportado dos armários. "É ainda pior do que se assumir gay. Mesmo amigos homo teriam grande preconceito...". O medo que aflige Ricardo*, 19, vem de casa. "Sofro com a família. Comentam que sou gay por não me mostrar interessado em sexo." Auxiliar administrativo no Rio e "muito evangélico", ele se encheu de tanta especulação sobre sua sexualidade. Aí forçou um namoro. "Queria desviar a atenção de mim." Como não foi aberto com a moça, a união não chegou a durar dois meses.

O estudante de ciências sociais Júlio Neto, 20, acredita que dizer "não" ao sexo é ainda mais difícil no Brasil, país que põe a sexualidade no mesmo altar do futebol. "Para nós, ser homem é ser 'comedor de mulheres'." Mas o rapaz entendeu sua orientação sem maiores traumas. "Nunca achei que poderia ser uma doença", diz.

Não à toa, Júlio -- dono de uma loja de acessórios para informática em Pernambuco -- foi o único entrevistado que topou se identificar. Ele criou o site assexualidade.com.br. No Orkut, uma comunidade com 300 membros assexuais é bastante ativa. Um dos tópicos combinava um encontro (para comer cachorro-quente). Outro debatia como lidar com namorados que gostam de sexo ("faço por dó, só para ele parar de encher").

Os assexuais lutam para chegar a um "ponto G" bem peculiar: provar à sociedade que rejeitar sexo é uma orientação como outra qualquer. O grupo, afinal, tem plena capacidade de se apaixonar, mostrar afeto e até se masturbar. "Esta é minha natureza e estou feliz com ela", resume Ricardo. E ele não está de sacanagem.

*Nomes fictícios

Revolução Assexual

Todo assexual é virgem?

Não necessariamente. Há casos em que a pessoa só se descobre assexual mais tarde. Às vezes, até depois de um casamento. É possível, ainda, topar fazer sexo para preservar o relacionamento com um parceiro que goste da coisa --o casal precisa entrar em acordo. Não há impedimento físico, como impotência.

Assexuais são solitários?

De forma alguma. Eles podem gostar de namoro, companhia e carinho. Há ainda os que têm um bocado de amigos, mas não veem sentido em relacionamentos amorosos -são chamados de "arromânticos". Bia* se encaixa nesse grupo. "Posso não dar amor para um namorado, mas sou muito de querer amizade. Não gosto de ficar sozinha, não."

Posso não gostar de sexo e me masturbar?

A masturbação é praticada por alguns assexuais. Nesses casos, não envolve fantasias sexuais -- é praticamente um ato mecânico. Seria a resposta da pessoa a uma necessidade corporal, uma espécie de alívio físico. Como ir ao banheiro ou comer quando sentimos fome.

Cadê os assexuais no meio cultural?

Celibato, misoginia (horror a mulheres), falta de jeito para a coisa. Casos assim estouram no cinema, na TV e na literatura. Bem mais raros são os personagens que não dão bola para o que rola entre quatro paredes. Em 2009, a novelinha "Malhação", da Globo, incluiu o assexual Alê (William Barbier) na trama. O físico Sheldon Cooper, da série de TV "The Bg Bang Theory", é outro que parece não ser chegado em sexo.

Sexo não é minha onda. Quem procuro?

Alguns assexuais não querem saber de médico, pois não se veem como doentes (rejeitam, aliás, o termo "assexuados", por acharem que soa como doença). Preferem comunidades como aassexuality.org. No Brasil: assexualidade.com.br e assexualidades.blogspot.com.


Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folhateen/931773-jovens-com-repulsa-a-sexo-usam-web-para-encontrar-semelhantes.shtml>. Acesso em 20 jun 2011.