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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

As mutações na cultura, no narcisismo e na clínica: o que muda e o que faz falar os pacientes limítrofes?

Natasha Mello Helsinger
Cad. Psicanál.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 36, n. 31, p. 69-93, jul./dez. 2014


Resumo: Investigaremos a questão narcísica nos estados limítrofes de analisabilidade (GREEN, 1975), situando-os no contexto da cultura do narcisismo (LASCH, 1979). Apresentaremos algumas transformações vividas pelo estatuto do narcisismo na obra freudiana, contemplando-o em sua dimensão constituinte, como também, patogênica. Em seguida, partiremos das propostas greenianas, para articular o narcisismo de morte à patologia limítrofe que, por sua vez, é caracterizada pela fragilidade narcísica e pelo desinvestimento objetal. Poderemos compreender, assim, de que formas as mutações na cultura e nas experiências narcísicas podem produzir e exigir mutações na clínica.




sábado, 13 de dezembro de 2014

Após morte súbita, mulher transgênero é enterrada como homem pela família nos EUA

Marie Claire
24/11/2014


Jennifer Gable, uma mulher transgênero que trabalhava como gerente de vendas num banco em Idaho, nos Estados Unidos, morreu subitamente em serviço no último dia 9, vítima de um aneurisma aos 32 anos, de acordo com amigos próximos. Mas além do choque de perder a amiga, eles foram surpreendidos ao comparecer ao funeral e encontrar Jennifer com o cabelo curto, vestida de terno e apresentada como Geoffrey, seu nome de batismo.

“Estou muito triste”, escreveu uma das colegas de Jennifer, Stacy Dee Hudson, no Facebook, segundo o jornal “Miami Herald”. “Fui ao funeral de uma querida amiga hoje. Eles cortaram o cabelo dela, vestiram de terno. Como podem ter enterrado ela como Geoffrey se ela mudou de nome legalmente? Muito triste. Jen, você fará muita falta e as pessoas que a conheceram sabem que estará em paz.”

Jennifer vivia há alguns anos como mulher, mas no obituário on-line da casa funerária, onde é apresentada como Geoffrey Gable ao lado de uma foto antiga como homem, não há nenhum registro sobre sua mudança de identidade de gênero.

“Geoffrey Chalres Gable, 32, Boise, morreu subitamente em 9 de outubro de 2014, enquanto trabalhava na banco Wells Fargo”, diz o texto, que menciona o casamento com a ex-mulher: “Ele casou com Ann Arthurs em 2005 no Havaí. Eles se divorciaram mais tarde.” O texto diz ainda que Geoff  foi integrante da primeira Igreja Cristã de Twin Falls, sua cidade natal, onde foi batizado em 1996.

“Ela fez o que precisava para ser reconhecida legalmente como sua verdadeira identidade. Seu pai simplesmente apagou tudo isso. Mas quem sabe o que esse pai estava passando?”, disse a ativista de direitos humanos Meghan Stabler, que disse ter conhecido Jennifer quando ela estava no processo de transição de gênero.

O caso chamou a atenção até mesmo de personalidades como a atriz transgênero Laverne Cox, a Sophia Burset do seriado “Orange is the New Black”, que compartilhou a notícia no Facebook. “Isso é tão assustador para mim como uma atriz trans”, escreveu.

Um dos responsáveis pela funerária, Mike Parke, disse ao “Miami Herald” que o atestado de óbito de Jennifer a identificava como homem. “O atestado dizia Geoffrey também conhecido como Jennifer Gable”, disse. “Ela viveu os últimos anos como Jennifer e eles a enterraram como Geoff. Um situação perturbadora para todos nós envolvidos.”


Disponível em http://revistamarieclaire.globo.com/Web/noticia/2014/11/vitima-de-morte-subita-mulher-transgenero-e-enterrada-como-homem-pela-familia-nos-eua.html. Acesso em 08 dez 2014.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Gays sofrem pressão para mudar de sexo e escapar da pena de morte no Irã

Ali Hamedani
06 novembro 2014

Criado no Irã, Donya manteve seu cabelo raspado ou curto e usava bonés em vez de lenços. Chegou a visitar um médico para tentar interromper sua menstruação.

"Eu era muito jovem e realmente não me entendia", diz. "Pensei que se pudesse parar minha menstruação, ficaria mais masculina".

Se policiais pedissem sua identidade e notassem que ela era mulher, diz, iriam censurar-lhe: "Por que você está assim? Vá mudar seu sexo".

Esta tornou-se sua ambição. "Eu estava sob tanta pressão que queria mudar meu sexo o mais rápido possível", diz.

Por sete anos, Donya submeteu-se a um tratamento hormonal que lhe engrossou a voz e lhe fez crescer pelos no rosto.

Mas quando os médicos propuseram a cirurgia, ela conversou com amigos que haviam se submetido à operação e tinham enfrentado "muitos problemas". Começou a se questionar se essa era a melhor opção para ela.

"Eu não tinha acesso fácil à internet. Muitos sites são bloqueados. Comecei a pesquisar com a ajuda de alguns amigos que estavam na Suécia e na Noruega", conta.

"Comecei a me conhecer melhor... Eu aceitei que era lésbica e estava feliz com isso".

Mas viver no Irã como homem ou mulher abertamente gay é impossível. Donya, agora com 33 anos, fugiu para a Turquia com seu filho de um breve casamento, e depois para o Canadá, onde recebeu asilo.

Não é uma política oficial do governo iraniano forçar homens ou mulheres homossexuais a mudarem de sexo, mas a pressão pode ser intensa.

Em 1980, o fundador da República Islâmica, o aiatolá Khomeini, emitiu uma fatwa - uma legislação islâmica - permitindo a cirurgia de mudança de sexo. Aparentemente, após ser convencido em um encontro com uma mulher que disse estar presa no corpo de um homem.

'Doentes'

Shabnam - nome fictício - é psicóloga em uma clínica estatal do Irã e diz que alguns gays acabam sendo forçados a fazer a cirurgia. Médicos são orientados a dizer a homens e mulheres gays que eles estão "doentes" e precisam de tratamento. Pacientes gays são encaminhados a clérigos para que sua fé seja fortalecida.

As autoridades "não sabem a diferença entre identidade e sexualidade", explica Shabnam.

Não há informações confiáveis sobre o número de operações de mudança de sexo realizadas no Irã. Khabaronline, uma agência de notícias alinhada com o governo, disse que os números subiram de 170 em 2006 para 370 em 2010. Mas um médico de um hospital iraniano disse à BBC que só ele realiza mais de 200 dessas operações todos os anos

Em outros países, mudar a sexualidade de uma pessoa é um processo complexo, que envolve psicoterapia, tratamento hormonal e, algumas vezes, grandes operações - durando anos.

Nem sempre é o caso no Irã.

"Eles (as autoridades) mostram o quão fácil pode ser", diz Shabnam. "Prometem te dar documentos legais e, mesmo antes da cirurgia, permissão para andar na rua vestindo o que quiser. Prometem te conceder um empréstimo para pagar a cirurgia", exemplifica.

Os defensores destas políticas oficiais salientam o lado positivo das medidas, argumentam que os transexuais iranianos recebem ajuda para ter uma vida decente e que gozam de mais liberdade do que em muitos outros países.

Mas a preocupação é que a cirurgia de mudança de sexo esteja sendo oferecida para pessoas que não são transexuais - e sim homossexuais.

"Está ocorrendo uma violação de direitos humanos", acredita Shabnam. "O que me deixa triste é que as organizações que deveriam ter um propósito humanitário e terapêutico podem estejam do lado do governo ao invés de olhar para o ponto de vista das pessoas."

Ovelha negra

Psicólogos sugeriram uma mudança de sexo para Soheil, um jovem gay iraniano de 21 anos. A família exerceu grande pressão para que ele concordasse com a operação.

"Meu pai veio me visitar em Teerã com dois parentes", diz ele. "Eles fizeram uma reunião para decidir o que fazer sobre mim. Disseram: 'Ou você muda seu sexo ou vamos te matar. Não deixaremos que você viva nessa família'"

Soheil foi mantido em casa, na cidade portuária de Bandar Abbas, sob vigilância da família. Um dia antes da operação, conseguiu escapar com a ajuda de amigos. Eles lhe deram um bilhete de avião e o jovem voou para a Turquia.

O país, que não requer vistos de cidadãos iranianos, é muitas vezes o primeiro destino de quem foge. De lá, eles muitas vezes pedem asilo em um terceiro país da Europa ou América do Norte. A espera pode levar anos e, mesmo na Turquia, eles são alvo de preconceito e discriminação, especialmente em pequenas cidades socialmente conservadoras.

Arsham Parsi, que cruzou a fronteira do Irã para a Turquia de trem em 2005, vive na cidade de Kayseri, na região central do país. Ele foi espancado e teve tratamento hospitalar para deslocamento de ombro negado simplesmente por ser gay. Depois disso, não saiu de casa por dois meses.

Mais tarde, Parsi se mudou para o Canadá e criou um grupo de apoio para gays iraniano. Ele diz receber centenas de pedidos de ajuda por semana. Já auxiliou cerca de mil pessoas a deixar o Irã nos últimos dez anos.

Alguns fogem para evitar a cirurgia de mudança de sexo, mas outros descobriram que ainda enfrentam preconceito apesar de se submeter ao tratamento. Parsi estima que 45% das pessoas que fizeram a cirurgia não são transexuais, mas gays.

'O que é ser lésbica?'

Eis um exemplo: recentemente, uma mulher o consultou com dúvidas sobre a cirurgia. Ele perguntou se ela era transexual ou lésbica. Ela não sabia responder, porque ninguém nunca havia lhe explicado o que era "ser lésbica".

Marie, de 37 anos, deixou o Irá há cinco meses. Ela cresceu como menino, Iman, mas estava confusa sobre sua sexualidade e foi declarada por um médico iraniano como sendo 98% do sexo feminino. Por isso, acreditou que precisaria mudar de sexo.

A terapia hormonal parecia ter-lhe trazido mudanças positivas, como o crescimento dos seios. "Isso me fez sentir bem", diz. "Eu me senti bonita."

Finalmente, Marie submeteu-se à operação - e veio a sensação de estar "fisicamente danificada".

Ela se casou com um homem, mas a relação terminou rapidamente. Assim como qualquer esperança de que a vida como mulher seria melhor.

"Antes da cirurgia, as pessoas me viam e diziam: 'Ele é tão feminino, ele é tão feminino'", diz Marie.

"Após a operação, sempre que eu queria me sentir como mulher, ou me comportar como mulher, todo mundo dizia: 'Ela se parece com um homem, ela é viril'. (A cirurgia) não ajudou a reduzir os meus problemas. Pelo contrário."

Marie diz que, se "estivesse em uma sociedade livre, gostaria de saber se seria como sou agora e se eu teria mudado meu sexo".

"Não tenho certeza", responde.

"Estou cansada. Cansada de toda a minha vida. Cansada de tudo."


Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/11/141105_ira_gays_hb?ocid=socialflow_facebook. Acesso em 06 nov 2014.

domingo, 1 de setembro de 2013

Executivo inglês mata noiva sufocada após descobrir que ela era transexual

R7
27/09/2012

Um executivo britânico matou sua noiva, uma bela russa, após descobrir que ela era transexual.

Chris Collier, de 40 anos, agrediu a noiva Julia, de 35 anos, antes de sufocá-la até a morte no apartamento do casal, em Kusadasi, na Turquia. Segundo o jornal britânico Daily Mail, Collier foi julgado em uma corte turca e condenado a 24 anos de prisão.

Após a morte de Julia, policiais investigaram o relacionamento do casal e afirmaram que Collier teria “comprado a noiva pela internet e que ela teria passado por uma cirurgia de mudança de sexo”.

Uma das postagens de Collier em um site dedicado a britânicos vivendo em outros países diz: “Eu paguei pela minha mulher e depois mudei para Kusadasi, no meu apartamento alugado.” A postagem ainda dizia que a mulher “costumava ser um homem”.

Durante o julgamento, o tribunal ouviu como Collier tinha atingido a cabeça da mulher com um objeto e a sufocado.

Após a prisão de Collier ser decretada, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Inglaterra afirmou que as autoridades “vão continuar dando a assistência consular a Collier e sua família no Reino Unido”.

Um dos amigos do acusado, que não foi identificado, afirmou que Collier havia ido para a Turquia cerca de dez anos atrás, “para recomeçar a vida”.

Collier foi, na década de 90, uma figura importante do império Phones4U, uma das maiores redes de venda de telefones celulares no Reino Unido.

Na Turquia, o inglês trabalhava em uma agência imobiliária e Julia era cantora do bar de um hotel, onde o casal teria se conhecido.


Disponível em http://noticias.r7.com/internacional/noticias/executivo-ingles-mata-noiva-sufocada-apos-descobrir-que-ela-era-homem-20120927.html. Acesso em 25 ago 2013.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Homossexualidade pode levar à pena de morte em cinco países

EFE
15/05/2012

O casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido em dez países, enquanto a homossexualidade é ilegal em 78 nações e pode implicar em pena de morte em cinco, informou um estudo global publicado nesta terça-feira. O documento Relatório sobre Homofobia Patrocinada pelo Estado, divulgado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (ILGA), mostra um panorama da situação da homossexualidade no mundo.

O texto revela que 113 países autorizam a homossexualidade, enquanto 78 consideram ilegal a prática de sexo entre pessoas do mesmo gênero. Entre esses países, dez estão localizados na região do Caribe. As nações que puneam a homossexualidade com morte são Irã, Arábia Saudita, Iêmen, Mauritânia, Sudão. O mesmo acontece em outras regiões isoladas, como no norte da Nigéria e no sul da Somália.

Quinze países fixaram parâmetros para determinar a idade de consentimento para relações sexuais. O relatório também mostra que 24 nações proíbem a incitação ao ódio baseado na orientação sexual.

Reconhecimento - Com relação ao reconhecimento de direitos, dez nações permitem o casamento homossexual. Por ordem cronológica são eles: Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal, Argentina, e Islândia. Em outros 14 países, os casais do mesmo sexo contam com o reconhecimento de suas uniões civis, com direitos similares aos dos casais heterossexuais.

A adoção de crianças por casais homossexuais é admitida em 12 nações em igualdade de condições com os casais formados por parceiros de sexo diferente, entre eles o Brasil, e 18 possuem legislação específica para as pessoas que passaram por um processo de mudança de gênero.

Discriminação e violência - A Europa é a região do mundo onde os direitos dos homossexuais são mais atendidos. Só o norte do Chipre proíbe as uniões do mesmo gênero. No entanto, os homossexuais europeus ainda sofrem discriminação e violência, além de não terem a liberdade de expressão e demonstração de identidade totalmente reconhecidas.

Na América Latina, o maior problema enfrentado pelos homossexuais é a violência, pois a maioria dos países não possui legislação contra a homofobia, o que permite que muitos crimes fiquem impunes. Metade dos países da Ásia ainda criminaliza a homossexualidade e na África "a homofobia patrocinada pelo estado aumentou na última década", disse a ILGA. 


Disponível em <http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/homossexualidade-pode-levar-a-pena-de-morte-em-5-paises>. Acesso em 27 ago 2012.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Travesti morre após aplicar silicone industrial nas nádegas, em Goiânia

G1 
05/04/2012 13h44
Atualizado em 05/04/2012 13h44

Um travesti morreu após aplicar silicone supostamente industrial nas nádegas, na noite de quarta-feira (4), no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). De acordo com o boletim feito no posto policial do Hugo, o rapaz era travesti, conhecido como Júlia, e morava em Osasco (SP).

Ele teria aplicado o produto no corpo há três dias e teria ido a Goiânia, de carona em um caminhão, passar alguns dias com um amigo, também travesti, conhecido como Rafaela.

Este amigo, segundo a polícia, foi quem passou as informações à equipe de médicos do hospital. De acordo com o amigo, o travesti foi encaminhado à unidade de saúde passando mal, com estômago ruim e sentindo falta de ar e minutos depois morreu de parada cardíaca. De acordo com a polícia, o amigo não soube dizer quem eram os familiares da vítima.

A polícia irá investigar o caso e o corpo do rapaz está no Instituto Médico Legal (IML) à disposição da família.


Disponível em <http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/04/travesti-morre-apos-aplicar-silicone-industrial-nas-nadegas-em-goiania.html>. Acesso em 30 abr 2012.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Execuções de homossexuais e 'emos' provocam medo no Iraque

Jack Healy
17/03/2012 07:02

Uma recente onda de assassinatos e intimidação que teve como alvo homossexuais e adolescentes que se vestem com roupas que seguem a moda ocidental está criando medo em meio aos círculos seculares do Iraque. Ao mesmo tempo, há dúvidas sobre a vontade do governo de proteger alguns de seus cidadãos mais vulneráveis.

Muitos dos detalhes do que os jornais iraquianos têm chamado de "assassinatos emo" ainda não foram esclarecisos, mas eles acontecem em um momento estranho para o Iraque. O país vem se preparando para apresentar-se ao mundo como anfitrião de uma cúpula de líderes árabes no final de março, o primeiro grande evento diplomático realizado no país desde a retirada das forças americanas, em dezembro de 2011.

Mas a notícia de que os jovens homens que usam camisetas coladas ao corpo e calça jeans apertadas estão sendo espancados até a morte com blocos de cimento e jogados nas ruas ameaçou ofuscar essa nova concepção do país. A violência oferece um lembrete de que o governo tem sido incapaz de impedir ameaças e agressões contra pequenas seitas religiosas, grupos étnicos e homossexuais.

Uma autoridade de segurança do Ministério do Interior disse que nas últimas duas semanas as autoridades encontraram os corpos de seis jovens cujos crânios haviam sido esmagados. Segundo a agência de notícias Reuters, uma contagem chega a 14 ou mais corpos. Grupos de direitos humanos dizem que mais de 40 jovens foram mortos, mas não forneceram nenhuma evidência para esta alegação.

Defensores dos direitos humanos dizem que as ameaças e violência são destinadas a homens homossexuais e adolescentes que se vestem diferente em uma mistura exclusivamente iraquiana das modas hipster, punk, emo e gótica. Vistos apenas como "emo", eles ganharam espaço nas ruas de Bagdá como um símbolo de uma maior liberdade social, de uma sociedade que começou a florescer depois de anos de guerras urbanas. Mas isso também tem atraído o desprezo e a indignação de alguns conservadores religiosos. A moda é muitas vezes confundida com o homossexualismo.

A veracidade dos relatos de assassinatos não pode ser verificada. Na maioria dos casos, as autoridades iraquianas negam que exista qualquer campanha contra homossexuais ou adolescentes emo. Eles dizem que as histórias são uma fabricação da mídia destinada a criar histeria e humilhação para o Iraque. Mas foi o governo iraquiano que primeiro rotulou os jovens emos como ameaça pública.

No dia 13 de fevereiro, o Ministério do Interior divulgou uma declaração condenando o "fenômeno dos emos" como parte de uma seita satânica. A moda entre os adolescente rebeldes de usar roupas escuras, camisetas com desenhos de crânios e brincos no nariz, segundo o comunicado, faz parte de emblemas do diabo.

O ministério disse que sua polícia social seria enviada para investigar o fenômeno "emo" e acrescentou que suas forças também haviam recebido a autoridade para entrar em todas as escolas de Bagdá e encontrá-los. "Eles têm aprovação oficial para eliminá-los o mais rápido possível, pois a dimensão da questão começou a tomar outro rumo dentro das comunidades", disse o comunicado.

Ibrahim al-Abadi, um porta-voz do Ministério do Interior, disse que a declaração havia sido mal interpretada. Ele disse que os adolescentes emos eram livres para vestir o que quisessem e disse que o governo iria protegê-los.

Mas no decorrer do mês passado, panfletos ameaçadores começaram a aparecer em bairros xiitas em Bagdá, disseram moradores. Um panfleto publicado na internet menciona dezenas de homens homossexuais por nome e apelido. Ele alerta pessoas identificadas como O Japonês Haider, Allawi o Bra, Mohammed Flor e outros a: "Mudem o seu comportamento, parem de ser gays ou encarem as consequências fatais". A autenticidade do panfleto não pôde ser verificada.

Por pelo menos seis anos, os homossexuais foram intimidados e assediados pelas forças de segurança e espancados e mortos por milícias islâmicas reacionárias em áreas extremamente xiitas de Bagdá.

Ali Hili, um ativista homossexuais iraquiano que vive em Londres, disse que 750 iraquianos gays foram mortos nos últimos seis anos, e milhares emigraram ou estão tendo que viver em constante negação.

"Está claro que há uma guerra sobre as minorias sexuais no Iraque", disse ele. "Eles se recusam a admitir. É simplesmente uma vergonha. Eles vão na televisão e dizem que são contra as execuções, mas não estão fazendo nada para impedir que isso continue."

Mustafa, 25, disse que foi demitido na semana passada de uma loja de roupas, porque seu chefe afirmou que suas roupas eram muito ultrajantes. Hussein, 26, disse que ele saiu de casa duas semanas atrás, depois que seus irmãos ameaçaram matá-lo. Hasan, 32, usa um gorro de esqui para esconder seu cabelo comprido.

"O que você vê em mim que é tão errado?", perguntou Mustafa, que disse estar com muito medo de permitir que seu nome completo fosse publicado. "Sou um cara normal. Prefiro morrer do que ter que viver dessa maneira. "

Disponível em <http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/execucoes-de-homossexuais-e-emos-provocam-medo-no-iraque/n1597695458245.html>. Acesso em 25 mar 2012.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Travesti mato-grossense morre após cirurgia em MS

Só Notícias
03 de Fevereiro de 2012 - 16:35

A travesti Fabrícia, natural de Nobres, mas que morava na Itália, morreu em Campo Grande (MS) vítima de complicações após uma cirurgia de lipoescultura realizada no Hospital Infantil São Lucas. Pelo procedimento, Fabrícia, cujo nome de registro é Rosenildo Martins, pagou R$ 8 mil adiantado. Ela deu entrada na sala de cirurgia às 11h desta quinta-feira (02) e morreu às 16h15, no pós-operatório. 

Uma sobrinha da vítima que mora em Cuiabá informou ao delegado que investiga o caso, que a família tinha conhecimento que Fabrícia iria realizar a cirurgia, no entanto, não sabiam em qual cidade ele faria o procedimento. Ela também apresentou ao delegado o comprovante do depósito bancário efetuado por Fabrícia para pagar a cirurgia.

Delegado Fábio Sampaio, da 1ª Delegacia de Campo Grande informou que o cirurgião Paulo de Oliveira Lima, foi quem realizou o procedimento para a retirada de gordura e o excesso de silicone espalhado pelo corpo da travesti. Conforme o delegado, a vítima foi ao hospital na segunda-feira (30) de janeiro e realizou a primeira consulta e nesta quinta-feira foi submetida ao procedimento cirúrgico.

Apesar do hospital onde ocorreu o fato ser infantil, a direção locava o espaço para alguns quartos para outros profissionais realizarem cirurgias. "Até o momento ainda não ouvidos ninguém, do hospital e não podemos afirmar se o local estava regularizado e se tinha todos os equipamentos necessários para realizar os procedimentos", conta o delegado. Ele informou ainda que já solicitou toda a documentação do Hospital São Lucas para avaliar a situação da unidade. A equipe que participou da cirurgia mal-sucedida também será ouvida pelo delegado.

Disponível em <http://www.sonoticias.com.br/noticias/7/144710/travesti-mato-grossense-morre-apos-cirurgia-em-ms>. Acesso em 06 fev 2012.