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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Igualdades e diferenças: corpo e sexualidade nas relações de gênero

Jeanne Chaves de Abreu
III Congresso Pan Amazônico de História Oral
IX Encontro Regional Norte de História Oral
VIII Semana de História do CESP-UEA

RESUMO: Este artigo assume o propósito de perceber a relação do gênero feminino com seu corpo e sua sexualidade e as dificuldades encontradas para quebrarem barreiras que estão historicamente e culturalmente inculcados no seu viver cotidiano. As diferenças inerentes aos gêneros com relação ao ápice do prazer sexual e as formas nem sempre prazerosas de sentirem essas sensações. A submissão da mulher ao jugo do patriarcado no passado e a percepção de que na atualidade pouca coisa mudou. As diversas formas da busca do prazer sexual e os caminhos desconhecidos e obscuros para conquistá-lo. A nossa intenção consistiu em revelar se de fato homens e mulheres apresentam igualmente em seus corpos que são estruturas sensíveis a plenitude do prazer orgástico. O estudo foi ancorado na perspectiva da fenomenologia, no qual é possível perceber os sentimentos e a subjetividade do fenômeno estudado e a compreensão dos diversos significados oferecidos no interior das relações cotidianas. Abordamos os conceitos de gênero e corpo social, nos detivemos no estudo dos corpos sexuados e a vivência do prazer. Ficou claro o fato que homens conseguem atingir o orgasmo mais facilmente, e que as mulheres ainda nos dias atuais necessitam conhecer e se desprover de alguns tabus para conhecerem realmente as reais necessidades do seu corpo para conquistarem enfim o prazer do orgasmo. 



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Relações de gêneros e liderança nas organizações: rumo a um estilo andrógino de gestão

Jean Carlo Silva dos Santos
Elaine Di Diego Antunes
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 10, n. 14, p. 35-60, jul./dez. 2013

Resumo: Trata-se de um ensaio teórico, realizado com base em pesquisa bibliográfica, com o objetivo analisar e descrever como os estereótipos, as diferenças e as desigualdades de gênero constroem barreiras para a ascensão de mulheres a cargos de liderança nas organizações. O ensaio discute também as implicações da gestão andrógina (KARK, 2004) como alternativa de igualdade de oportunidades para homens e mulheres ascenderem como líderes. Por meio da teoria da identidade do papel sexual,são demonstrados os estereótipos socialmente construídos sobre o papel masculino e feminino, os quais estabelecem barreiras para a ascensão da mulher a cargos de prestígio e poder nas organizações, mesmo com a inserção maciça de mulheres no mercado de trabalho. Conclui-se que o estilo andrógino de gestão constitui uma alternativa para o estabelecimento de relações de igualdade de condições e de oportunidades entre homens e mulheres, ao mesmo tempo em que transpõe a polarização existente entre os gêneros e promove sua integração. Enfim, o estilo andrógino de gestão pode ser considerado uma atitude de mudança cultural e comportamental no que diz respeito ao papel social do gênero. O avanço nas pesquisas sobre a liderança andrógina suscita novos caminhos e possibilidades de análise sobre como os indivíduos andróginos percebem e exercem sua liderança e proporciona novas perspectivas para o entendimento dos constructos sociais do papel de gênero e das barreiras que impedem a ascensão profissional das mulheres.





terça-feira, 24 de setembro de 2013

Homofobia afeta também héteros

Genilson Coutinho
11 de novembro de 2012 |   

Uma pesquisa publicada na semana passada pelo International Journal of Psychology revela peculiaridades sobre a homofobia no Brasil. Elaborado pelo Núcleo de Pesquisa em Sexualidade e Relações de Gênero (Nupsex) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o estudo faz uma análise inédita de todas as pesquisas de campo sobre o tema realizadas no país entre 1973 e 2011.

Além de concluir que o preconceito contra os homossexuais existe em todas as regiões e contextos brasileiros, sem indícios de redução, o trabalho revela um fenômeno peculiar: o preconceito, no país, não está vinculado apenas à questão da orientação sexual, mas principalmente à transgressão das chamadas normas de expressão de gênero – que incluem o vestuário, os gestos e os comportamentos que são esperados de homens e mulheres. Segundo o coordenador da pesquisa, Angelo Brandelli Costa, o brasileiro manifesta mais preconceito por uma mulher masculinizada ou por um homem efeminado do que pelo fato de ser homossexual.

– No Brasil, o preconceito se manifesta mais em relação à aparência. Um menino pode ser hétero, mas se ele tiver trejeitos identificados como femininos, sofrerá discriminação, enquanto um homossexual sem trejeitos pode passar incólume. Alguém que revela ser gay sofrerá preconceito, mas se, essa pessoa transgredir a norma de gênero, sofrerá mais – diz o Costa.

Travestis e transexuais entre as maiores vítimas

O preconceito pode ser atribuído a um acentuado sexismo, ou seja, no Brasil são muito valorizados os estereótipos sobre como devem agir e se comportar um homem e uma mulher. A transgressão a essa norma é penalizada socialmente. Angelo Costa lembra que em países como a Rússia homens beijam-se na boca sem que isso seja confundido com determinada orientação sexual. Enquanto isso, no interior de São Paulo, um pai e um filho que se abraçaram em público foram agredidos por homofóbicos.

Como o brasileiro parece policiar fortemente a obediência às normas de comportamento para cada gênero, as maiores vítimas da homofobia são aquelas que levam a transgressão mais longe: travestis e transexuais. A pesquisa, que analisou 109 estudos acadêmicos, conclui que esse é o público mais vulnerável.

Para os pesquisadores, é frágil na sociedade brasileira a diferenciação existente em outros países entre orientação sexual e expressão de gênero.
– Existe uma distinção teórica que é levada em conta por acadêmicos e por militantes, mas para as pessoas é tudo a mesma coisa. A pesquisa serve de alerta para o fato de que a luta contra o sexismo e contra a homofobia é muito próxima – diz Costa.

O que eles dizem

Marcelly Malta, presidente da Igualdade RS – Associação de Travestis e Transexuais do Estado
“As grandes vítimas do preconceito são as travestis e os transexuais. Há discriminação nas escolas, nos órgãos públicos e nos postos de saúde. Uma pesquisa feita aqui no Sul mostra que 98% das travestis já foram agredidas de uma forma ou de outra. Agressões físicas foram cometidas contra 78%, e psicológicas, contra uma proporção ainda maior.”

Bernardo Amorim, coordenador jurídico do grupo Somos
“As conclusões não surpreendem. É simbólico disso o índice altíssimo de travestis que não concluem os ensinos Fundamental e Médio. O preconceito é muito grande nas instituições de ensino.”

Disponível em http://www.doistercos.com.br/homofobia-afeta-tambem-heteros/. Acesso em 24 set 2013.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Cultura e ideologia: a mídia revelando estereótipos raciais de gênero

Adriane Roso et al
Psicologia & Sociedade; 14 (2): 74-94; jul./dez.2002


Resumo: Nesse artigo, analisamos duas formas simbólicas brasileiras (comerciais de televisão) tendo como enquadre teórico uma metodologia crítica baseada em alguns elementos teóricos dos Estudos Culturais. O ponto de partida é o conceito de minoria e maioria, e seu caráter nômico e anômico. Assumimos que as formas simbólicas podem ser entendidas como portadoras de ideologia, e para entender a ideologia subjacente a elas nós temos que desconstruir a unidade da mensagem e expor sua “naturalidade”. Nesse processo, aspectos relacionados às relações de dominação de gênero e raça foram desveladas, indicando que a discriminação em direção às minorias ainda é parte da nossa realidade mediada.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Banheiros, travestis, relações de gênero e diferenças no cotidiano da escola

Elizabete Franco Cruz
Psicologia Política. vol. 11. nº 21. pp. 73-90. jan. – jun. 2011


Resumo: Em qual banheiro uma travesti deve “fazer xixi” na escola? No banheiro dos meninos? No banheiro das meninas? Esta questão, presente no cotidiano das escolas e relatada em aulas do curso de especialização em gestão educacional por diretores(as) da rede estadual de ensino de São Paulo é o fio que puxa as problematizações deste artigo. Entrelaçando os relatos dos diretores e diretoras, pistas do filme Transamérica, textos sobre relações de gênero e algumas ideias do filósofo francês Michel Foucault desenho um mosaico de reflexões que convidam à desconstrução de uma perspectiva binária e fundamentacionalista que hegemonicamente domina fazeres e saberes sobre as identidades de gênero no cotidiano e deixo o convite para a (re)invenção de novos modos de tessitura dos sujeitos e das relações no interior da escola.